OS PÉS E A ATITUDE COTIDIANA
É muito importante o cuidado em relação à atitude cotidiana dos pés. Ou seja, seu trato e sua posição correta, ao ficar em pé, ao andar, correr, saltar ou mesmo ao desenvolver uma técnica determinada de esporte ou dança.
Os pés são os facilitadores de todo o sistema locomotor, ligados ao controle nervoso e responsável pela base do equilíbrio. A natureza equipou de forma magnífica os pés para sua função de apoio e movimento, e sua limitação se deve exclusivamente a negligência e insensatez no trato.
Pés debilitados causam posturas defeituosas gerais; perturbam a ação adequada dos músculos. Com isto, seguem-se dores nas pernas e nas costas. A posição correta dos pés representa a base para a boa postura e a capacidade de movimento. Sendo assim, a forma dos pés revela-nos a capacidade de função dos seus músculos.
Cotidianamente, pés ágeis, treinados pó andar descalços ou mesmo com sandálias de dedo (que contribuem com a separação lateral do dedo grande, acentuando o triângulo de base), não só se apresentam mais aptos, como têm pele mais porosa e de melhor irrigação sanguínea. O que por sinal, contribui para o apoio de todo o sistema circulatório.
OS PÉS E A CRIANÇA
Segundo Erner Maier, “98% das crianças nascem com os pés perfeitos”. Afirmação que realmente ganha importância ao se constatar nos resultados de exames médicos escolares, deficiência dos pés em mais de 40 a 50% das crianças. Esta porcentagem se torna alarmante, uma vez que apenas 2% das deficiências dos pés são congênitas.
Tal deficiência aparece como conseqüência de negligências, calçados e posturas erradas, verificadas principalmente em crianças de 4 a 8 anos, que ainda sem preparo muscular, ósseo e de equilíbrio definido, são expostas à dificuldades no desenvolvimento normal e funcional dos seus pés.
Ao comparar-se diversas conformações de pés infantis, nota-se com facilidade aquelas crianças que andam descalças ou de sandalinhas. Os pés parecem ter mais “expressão”, mais “cultura”, sendo mais fortes e muitas vezes alargados em leque, sendo sempre mais flexíveis e de excelente apoio (por Erner Maier).
Movimentando-se constantemente nas brincadeiras, as crianças dotam seus pés e seus dedos, de vida, agilidade e saúde.
Ao observar a diferença entre a expressão e a desenvoltura plástica de um corpo trabalhado pelo exercício, e a forma um pouco inexpressiva de um corpo que não o faz, nota-se o mesmo em relação aos pés.
As crianças adquirem naturalmente aptidões com os pés, que os adultos teriam dificuldade em assimilar e realizar. Elas correm descalças por sobre pedras, tocos de plantas, na areia, parecendo não sentí-los, uma vez que sua pele saudável e resistente lhes garantem um acolchoado elástico e protetor.
Um calçado muito apertado, já nos primeiros anos de vida, atua como um espartilho e impedem o desenvolvimento e o aprendizado de movimentos naturais à criança, que dotam os pés de maior flexibilidade, extensão e força.
Crianças que adquirem pés defeituosos geralmente são tensas, programadas em seus movimentos, na sua postura e demonstram fadiga muscular. Crianças de pés saudáveis, naturais, revelam no entanto, segurança nos movimentos, fluente coordenação e expressividade natural.